Archive for the 'Blog' Category

The Empress of Salt and Fortune, de Nghi Vo

Isso é algo que eu acredito que camponeses entendem melhor do que nobres. Para eles, o caminho da queda importa, se você é esquartejado por uma dúzia de guardas ou atirado num saco de seda para se afogar ou se lhe é pertido remover sua túnica e seguir até as margens do lago antes de você se degolar. Camponeses entendem que morto é morto.

Cowboys do Asfalto, de Gustavo Alonso

A questão de pano de fundo é a seguinte: se o ‘povo’ se mostrou politicamente conservador, esteticamente ele quase sempre foi progressista. Esse paradoxo vem sendo constantemente subestimado na maioria dos livros já escritos sobre música popular. Por um lado porque é de difícil (talvez impossível) resolução; por outro porque uma boa parcela das esquerdas e direitas caminhou exatamente no sentido oposto a essa proposta, ou seja, supunha ter um discurso politicamente ‘progressista’, mas esteticamente conservador em diversos pontos.

Do livro Cowboys do Asfalto, sobre a história da música sertaneja.

Final Fantasy VII Concerto

 

 

O assassinato do comendador, de Haruki Murakami

– Você acha que existe algo como uma propensão imutável dentro de você, que se tornou um empecilho para o seu casamento?

– Ou quem sabe falte uma propensão imutável dentro de mim, e tenha sido justamente isso que se tornou um empecilho para o meu casamento.

– Mas você tem o desejo de pintar. Com certeza, isso está intimamente ligado ao desejo de viver.

– Entretanto, talvez eu ainda não tenha superado por completo alguma coisa, algo que preciso superar antes disso. Tenho essa impressão

R. I. P.

(Eu poderia postar muito mais mas vamos só deixar por isso. Inclusive a trilha sonora é o único redentor de Os Oito Odiados, filme ruim e arrastado da porra).

Sobre os ossos dos mortos, de Olga Tokarczuk

Agora, confiante de que as casas voltaram para a guarda de seus proprietários, podia caminhar cada vez mais longe. Continuava chamando essas escapadas de rondas. Alarguei meu domínio como uma loba solitária. Ficava aliviada ao deixar para trás a visão das casas e da estrada. Adentrava a floresta e podia vaguear, sem parar, no meio dela. Imersa em silêncio, a floresta se tornava um enorme e aconchegante abismo no qual eu podia me esconder. Acalmava meus pensamentos. Nessas horas não precisava esconder a mais problemática de minhas moléstias – o choro. Lá, as lágrimas podiam fluir, limpando os olhos e melhorando a vista. Talvez esse fosse o motivo pelo qual eu enxergava mais do que as pessoas com olhos secos.


Sob um céu de blues...

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