Suikoden Tactics

Suikoden Tactics é o primeiro jogo de RPG estratégico (onde o foco está mais nos combates táticos do que na exploração de cidades ou masmorras) da série Suikoden, conhecida por seus jogos de RPG eletrônico tradicional. Ele dá continuidade aos eventos do Suikoden IV, mostrando o destino das Island Nations e do Kooluk Empire após a geurra travada entre eles, além de fechar diversas pontas que ficaram soltas no outro jogo.

O padrão de jogabilidade deve ser conhecido por qualquer um que já tenha jogado algum RPG estratégico antes – cada lado conta com vários personagens de características variadas, que agem por turnos movimentando-se por um mapa quadriculado e utilizando suas habilidades especiais para vencer os adversários e cumprir os objetivos da batalha. Um ponto positivo neste jogo em especial é a sinalização que ele oferece – em toda a movimentação há balões sobre os personagens indicando quais inimigos podem atacá-lo daquele local, se algum deles pode ser morto pelo personagem, se há algum aliado precisando de ajuda, etc. Isso, somado ao fato de que as batalhas não são tão difíceis como em outros jogos, pode torná-lo um bom jogo de introdução para quem não está acostumado com o gênero.

Outro ponto da jogabildade que merece destaque é o sistema de afinidades elementais dos personagens e do terreno. O jogo possui 5 elementos básicos, cada um deles fraco contra um dos demais, mas sem serem opostos – Fogo, por exemplo, é fraco contra Água, que por sua vez é fraco contra Relâmpago, que é fraco contra Terra, etc. Cada personagem possui afinidade com um desses elementos, e o terreno dos combates também: quando está em um terreno com a mesma afinidade elemental, um personagem possui seus atributos aumentados, além de recuperar uma certa quantidade de pontos de vida todo turno; mas se estiver em um terreno com afinidade com um elemento contra o qual é fraco, ele tem seus atributos reduzidos, e perde uma quantidade de pontos de vida todo turno. Como é possível modificar os elementos do terreno através de itens e feitiços, e a inteligência artificial dos inimigos não perde tempo em fazer isso sempre que possível, muitas vezes uma batalha inteira pode ser resolvida pela forma como você consegue conquistar e manter territórios com uma afinidade elemental favorável aos seus personagens, dando uma profundidade tática diferenciada ao jogo.

O sistema de ganho de habilidades especiais é o já tradicional sistemas de Runas: cada personagem possui espaço para ter uma certa quantidade de runas no seu corpo, que, conforme ele avança de nível, lhe permite utilizar uma série de ataques e habilidades especiais nos combates. Além disso, existem também outras habilidades que um personagem pode aprender por meio de Skill Points ganhos em batalha, que o permitirão aumentar sua movimentação, seu número de ataques por turno, etc. É possível, assim, personalizar bastante os seus soldados, mas não livremente – cada personagem possui uma lista únicas de habilidades que podem aprender, e nem todas as runas podem ser colocadas em todos os personagens (runas de feitiços só podem ser colocadas em personagens magos, runas com habilidades de arco apenas em personagens que usem arcos, e etc).

Além das missões normais necessárias para se completar o jogo, há ainda uma série de missões opcionais que podem ser cumpridas para se obter dinheiro (e acredite, você vai precisar!), além de revelar novos personagens – que são muitos! Nada próximo das tradicionais 108 Stars of Destiny da série, mas praticamente todos os personagens que eram jogáveis em Suikoden IV estão de volta, e alguns que não eram jogáveis também. E se você tiver no seu memory card um arquivo salvo do outro jogo, claro, poderá ainda conseguir um par bastante especial de personagens extras…

O som é competente, mas não muito mais que isso. Tirando a música-tema da introdução, nenhuma é muito destacável, mas ela não chega a doer nos ouvidos também. Os efeitos sonoros estão no lugar certo, mas a atuação de voz da maioria dos personagens é realmente sofrível – apenas alguns poucos conseguem se salvar, como Andarc e Seneca, por exemplo.

O maior ponto fraco no jogo está no roteiro, que é bastante simplório e até previsível – mesmo a grande revelação que deveria existir no final é facilmente deduzível ainda nas primeiras cenas. Ele começa alguns anos antes dos eventos de Suikoden IV, com o jovem herói Kyril junto com seu pai e alguns companheiros investigando os canhões de runas utilizados pelos navios das Island Nations e do Kooluk Empire – os tais canhões, aliás, que em Suikoden IV eram apenas um detalhe do jogo, aqui assumem o papel central, tendo sua origem misteriosa revelada em detalhes. Mesmo sendo bastante simples, no entanto, a história consegue se segurar bem principalmente pelos personagens interessantes e carismáticos que são encontrados pelo caminho, especialmente para quem passado pelo jogo anterior, que tem a chance de conhecer melhor alguns eventos e personagens que já apareceram antes.

Resumindo a ópera, Suikoden Tactics é um jogo razoável, que pode ser um bom passatempo despretensioso por alguns dias, ou até algo a mais que isso para quem já é fã da série e, mais especificamente, do Suikoden IV. E é ainda um bom jogo de introdução para o gênero dos RPGs estratégicos, para entender como algumas coisas funcionam antes de se arriscar em jogos mais pesados como um Disgea: Hour of Darkness, por exemplo.

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Sob um céu de blues...

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