Fito Paez é um dos grandes nomes do rock argentino, com quase trinta anos de carreira e milhões de discos vendidos na época em que ainda se comprava discos; possivelmente só seja um nome menor do que a grande lenda, o Maradona da música argentina, Charly Garcia. Mais do que isso, ele foi também um dos artistas mais bem-sucedidos na década de 1990 no mundo todo, em certa medida graças ao disco Circo Beat, de 1994, que engatou sucesso atrás de sucesso em vários países, inclusive o Brasil – chegou mesmo a ser lançada uma edição especial do disco com faixas-bônus em português e participação de Caetano Veloso, Herbert Vianna e Djavan.
Euforia é um disco desta época, 1996 para ser mais exato, uma apresentação ao vivo com arranjos acústicos, num modelo parecido com o que viraria praga por aqui mais recentemente. É uma fórmula naturalmente manjada, vamos admitir, mas, feita por bons músicos, que saibam rearranjar suas músicas, pode ter bons resultados – e este é bem é o caso aqui. A versão feita para Mariposa Tecknicolor, possivelmente seu maior sucesso, é um bom exemplo, quase uma reinvenção, com uma levada mais lenta e uma bela base de piano. Já Por Siete Vidas (Cacería) ficou com uma ótima percussão na introdução, mas convenhamos: ela é uma música um pouco injusta mesmo, do tipo que fica linda de qualquer forma. Outras ainda, como Circo Beat ou Ciudad de Pobres Corazones, não chegam a ser tão diferentes das versões originais, mas nem por isso deixam de ser excelentes canções. E das músicas que eram inéditas na época, destaco a épica Cadaver Exquisito e seus longos solos de piano (um ponto fraco meu, devo admitir).
Todos os arranjos são cuidadosos e muito bem executados, servindo de base para ótimas atuações individuais de vários músicos. Destaco especialmente o baixo de Guillermo Vadalá, que chama muito a atenção em diversas faixas, bem como os solos dos guitarristas Gabriel Carámbula e Gringui Herrera. Além, é claro, do próprio Fito, uma virtuose no piano desde a infância.
Enfim, é meio redundante falar bem de um disco do Fito Paez, que é simplesmente um excelente artista e um músico brilhante. Fica a recomendação.
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